Selecione o idioma

Portuguese

Down Icon

Selecione o país

Mexico

Down Icon

A 53ª edição do FIC prioriza as mulheres, “especialmente as criadoras indígenas”.

A 53ª edição do FIC prioriza as mulheres, “especialmente as criadoras indígenas”.

A 53ª edição do FIC prioriza as mulheres, “especialmente as criadoras indígenas”.

"O tema feminino não é decorativo, mas sim um tema central que percorre toda a programação", enfatizou Valeria Palomino, diretora do SC Festivals.

▲ Valeria Palomino assumiu a Diretora de Promoção Cultural e Festivais em 1º de julho. Foto: cortesia da SC

Daniel López Aguilar

Jornal La Jornada, terça-feira, 9 de setembro de 2025, p. 2

A 53ª edição do Festival Internacional Cervantino (FIC), que acontecerá de 10 a 26 de outubro em Guanajuato, "coloca as mulheres em primeiro plano, com atenção especial aos criadores indígenas", disse Valeria Palomino, diretora de Promoção Cultural e Festivais do Ministério da Cultura (SC) federal.

Em entrevista ao La Jornada, o responsável enfatizou que esse compromisso faz parte de uma política cultural que deve se refletir em cenários concretos e não se limitar a declarações abstratas.

A presença das mulheres não é apenas um tema decorativo; constitui um tema central que permeia toda a programação. Do monumental fandango de abertura à apresentação do Prêmio Cervantes e à exibição de filmes de cineastas indígenas, o FIC é concebido como um território onde os artistas dão o tom.

A estreia de cinco obras encomendadas confirma essa intenção. As peças foram criadas para o evento por compositoras latino-americanas: Melissa Vargas (Colômbia), Paulina Monteón (Cidade do México), Estrella Cabildo (Veracruz), Sonia Rodríguez (Guanajuato) e Cecilia Pereyra (Argentina).

“Essas partituras simbolizam o intercâmbio entre territórios e gerações”, acrescentou Palomino. “Essa abordagem conecta a arte com experiências diversas. Um festival dessa magnitude não pode simplesmente exibir o que é familiar; ele precisa provocar questionamentos, nos deixar desconfortáveis ​​e nos tirar do lugar-comum.”

A programação reunirá 88 performances de 31 países, com 3.458 artistas em 17 locais. Os temas curatoriais cruzam fronteiras, épocas e estéticas, apresentando um panorama amplo e diverso.

Pianista formada pela Escola Nacional de Música da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e formada em artes pelo Claustro de Sor Juana, Valeria Palomino (Cidade do México, 1975) assumiu o cargo em 1º de julho. Ela tem mais de três décadas de experiência em produção musical, engenharia de áudio e gestão cultural; gravou mais de 70 álbuns, transmitiu mais de 800 concertos e participou de festivais como Música y Escena e CulturaUNAM.

"Trabalhei nos bastidores por anos. Hoje, estou envolvido no desenvolvimento de programas artísticos, mas a visão continua a mesma: colocar a música e as artes a serviço da comunidade", enfatizou.

O FIC contará com o Reino Unido e Veracruz como convidados de honra. Esta primeira colaboração incluirá apresentações em grande escala, bem como painéis sobre arte, ecologia e sustentabilidade, enquanto o FIC apresentará tradições e expressões contemporâneas na música, dança e literatura.

"A Gala Cervantes é o espaço onde o local se torna global e o global se torna local. Esse diálogo está no cerne da nossa programação", enfatizou Palomino.

Para esta edição, o comitê de programação reuniu curadores com perspectivas diversas: alguns focados em juventude e linguagens disruptivas, outros em tradições como ópera e dança clássica. Essa diversidade permitiu uma seleção equilibrada de artistas, combinando figuras consagradas, como Javier Camarena, com coletivos de vanguarda como Sun Ra Arkestra, Hotel Pro Forma e Atra Bilis Teatro.

Uma das produções mais singulares será Sol e Mar, uma ópera que recria uma praia em Guanajuato. Para isso, serão transportadas 10 toneladas de areia. "Além do feito técnico, o que é valioso é que a companhia colabora com artistas locais. Esse tipo de interação enriquece os visitantes e a comunidade", afirmou o diretor.

Colaborações institucionais também ganham destaque. Uma versão repaginada de Giselle reunirá a Oficina Coreográfica da UNAM e a Orquestra de Câmara Bellas Artes, com música eletrônica incorporada à trilha sonora original.

A Orquestra Jovem da Universidade Eduardo Mata e o Estúdio de Ópera Bellas Artes dividirão o palco, enquanto o Coral León se apresentará com a Orquestra Celaya. Palomino enfatizou que "essas são associações que fortalecem nossos grupos e permitem que eles cresçam por meio da exposição a outras tradições".

O FIC comemorará aniversários importantes: 150 anos do nascimento do compositor francês Maurice Ravel e do compositor mexicano Julián Carrillo, 100 anos de Emilio Carballido e Rosario Castellanos e meio século da morte de Dmitri Shostakovich.

"Esses eventos demonstram que a arte transforma seu tempo e que é necessário revisitá-la para compreender o nosso presente. Nesse contexto, a Sinfonietta de Londres prestará homenagem a Carrillo e estreará obras de Gabriela Ortiz e Arturo Fuentes", explicou a autoridade.

A entrada gratuita será um dos principais focos. Los Pastitos, espaços ao ar livre, receberão Sonido Gallo Negro, Sama Abdulhadi e Michael Pinsky, enquanto os circuitos de concertos baseados em Cervantes levarão shows a 23 estados do México.

"Queremos descentralizar e garantir que o esforço não se concentre apenas em Guanajuato. As praças públicas são pontos de encontro onde a cultura circula e a comunidade se conecta."

Além do FIC, Valeria Palomino propõe que sua missão seja construir redes entre festivais e circuitos de todo o país, do Cenart ao Los Pinos, com a intenção de fortalecer o alcance e a diversidade das propostas artísticas.

“Esse trabalho deve ser transversal: trabalhar pela paz, abrir espaços para minorias, descentralizar a programação e nunca abandonar a tradição nem o clássico.

"Gostaria que o público se permitisse surpreender, que não buscasse o familiar, mas ousasse adentrar o inesperado. É aí que reside a verdadeira força de Cervantino: em provocar conversas e se deixar tocar pela arte."

Página 2
Foto

▲ O grafite apareceu ontem na fachada externa do Royal Courts of Justice; mostra um juiz, vestindo a beca e a peruca tradicionais, erguendo o martelo sobre um manifestante deitado de costas, cuja faixa está manchada de sangue. Foto AP

AFP

Jornal La Jornada, terça-feira, 9 de setembro de 2025, p. 3

Londres. Um novo grafite de Banksy apareceu ontem em um tribunal de Londres, retratando um juiz ameaçando um manifestante no chão com seu martelo, dois dias após a prisão de quase 900 pessoas durante uma manifestação em apoio à organização Ação Palestina.

A pintura foi descoberta ontem de manhã em uma das fachadas externas do Royal Courts of Justice, em Londres, ecoando o debate sobre a liberdade de expressão no Reino Unido, reacendido pela recente prisão do criador de uma série.

Banksy, cuja identidade permanece um mistério, reivindicou a autoria ao postar uma foto em sua conta do Instagram.

Rapidamente escondido atrás de cercas e vigiado por agentes de segurança, o grafite mostra um juiz, vestindo a beca e peruca tradicionais, levantando seu martelo sobre um manifestante deitado de costas, cuja faixa em branco está manchada de sangue.

Quase 900 pessoas foram presas no sábado em Londres durante uma manifestação em apoio ao grupo Ação Palestina, que está proibido desde o final de julho pela legislação antiterrorismo.

O governo britânico proibiu a Palestine Action sob a Lei Antiterrorismo de 2000 depois que vários de seus membros invadiram uma base da Força Aérea Britânica, causando danos estimados em US$ 10 milhões.

No total, mais de 1.600 pessoas foram presas desde julho, e 138 foram acusadas de apoiar ou incitar apoio a uma “organização terrorista”.

Essas quase 200 pessoas devem ser julgadas; a maioria pode pegar penas de até seis meses de prisão.

A Defend Our Juries, organização por trás dos protestos, disse que o novo trabalho de Banksy retrata "a brutalidade do Estado contra manifestantes que se opõem à proibição da Palestine Action".

No Reino Unido, o debate sobre a liberdade de expressão também foi reacendido após a prisão, em 1º de setembro, do criador da série irlandesa Graham Linehan por postar mensagens anti-transgênero nas redes sociais.

Banksy é famoso por suas pinturas, ou grafites, nas ruas de diferentes partes do mundo, com mensagens políticas e provocativas.

jornada

jornada

Notícias semelhantes

Todas as notícias
Animated ArrowAnimated ArrowAnimated Arrow